quarta-feira, 31 de março de 2010

DO PRAZER DE BRINCAR AO PRAZER DE APRENDER


TRANSCRIÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BERNARD AUCOUTURIER (ESCOLA FRANCESA DE PSICOMOTRICIDADE), REALIZADA NA I JORNADA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO, EM 22 DE OUTUBRO DE 2005, NA UNIFMU.
De O a 3 anos de idade a criança brinca buscando o prazer de construir e desconstruir. Esta vontade de agir não pode ser considerada, neste momento, como um reflexo de agressividade porque esta forma de brincar transita em uma dimensão inconsciente.
A criança demonstra neste
período o prazer de ficar em pé. rolar, balançar e cair. Trata-se de uma percepção rítmica ligada à construção e desconstrução que é anterior à percepção espacial. Nesta fase também apresenta o prazer de ser envolvida ao brincar no meio de tecidos: encaixar-se, esconder e ser descoberta, perseguida sem ser pega. Poderá também demonstrar interesse ao identificar-se com agressores que causam medo. Demonstra prazer em reunir e separar, entrar e sair e encher e esvaziar.
Estas brincadeiras
de O a 3 anos descritas acima defino como BRINCADEIRAS DE REASSEGURAMENTO PROFUNDO que podem perdurar até um pouco mais de 3 anos. Porque fazem referência aos primeiros contatos humanos que põem em evidência a relação da criança com seus pais.
A partir dos 3 anos inicia-se a fase de identificação nas formas do brincar que identifico como JOGO DE REASSEGURAMENTO SUPERFICIAL a criança começa então a disc
riminar o masculino do feminino e criar personagens onipotentes que transitam em uma dimensão ilusória para desenvolver a ação em um universo ainda incompreensível. Neste momento a criança vivência na interação com o outro a ação e a ilusão do ser, dando aos poucos a forma de si própria como sujeito.
Através do processo de identificação e da interação com o outro a criança aprende a realizar um distanciamento emocional ao expressar conteúdos psicológicos por meio de objetos, percurso este. importante a ser vivenciado pela criança que através de personagens pode expressar seus medos e angústias proporcionando com esta experiência um conforto emocional.
- O que é Reasseguramento?
Reasseguramento é o resultado de uma dinâmica de prazer que permite à criança atenuar suas angústias interiores como: o medo de ser destruída (sentimento que é presente desde os primeiros meses de vida), o medo de ser agredida, de ser abandonada e de ser castrada.
A dimensão simbólica da criança começa a ser desenvolvida desde os primeiros momentos da vida da criança. O bebê procura os braços da mãe e se assegura no abraço. A partir do momento que a mãe oferece um paninho ou um objeto a criança transfere na interação com este objeto a sensação de prazer do carinho da mãe vivenciado anteriormente. Desta forma, aprende a buscar forma de prazer simbolicamente.
Os distúrbios no desenvolvimento da aprendizagem estão intimamente ligados a falta de asseguramento. A angústia surge quando a criança não é protegida das agressões interiores e exteriores. A angústia das crianças que não tiveram a oportunidade de asseguramento é real traduzida, muitas vezes, por meio de dores corporais que podem limitar a construção psíquica da criança.
A construção psíquica da criança se realiza por meio da fantasmática.
O Jogo de Reasseguramento Superficial sucede o jogo de Reasseguramento Profundo. Se a criança não vivência de forma substancial a primeira fase não poderá realizar a segunda. O brincar desenvolve o interesse da busca de fontes de prazer e promove a descentração tônico-emocional. Se a criança vive a brincadeira, participa das iniciativas das outras crianças, compartilhando com elas as emoções, o peso das angústias e o peso da afetividade. Esta interação favorece a atenção no outro e propicia, paulatinamente, uma descentralização em si própria. A criança ao se identificar com o outro coloca-se no lugar dele abstraindo-se de si própria. Este distanciamento de si como o centro de atenção é que permite o olhar da criança sobre si mesma.
O brincar permite o diálogo verbal e não verbal do corpo e da psique. Através do brincar a criança vive e deixa emergir uma dimensão inconsciente por meio da liberação dos afetos. Brincando ela dá forma ao afeto recebido dos pais e cria o seu próprio afeto, por meio de representações inconscientes. (Afeto = conteúdos emocionais recebidos e registrados na memória inconsciente e consciente).
Através do corpo em movimento, a criança expressa sua dimensão inconsciente. A motricidade é o meio entre o continente da inconsciência e a percepção do agora (consciência).
O corpo é o primeiro objeto transicional pelo fato de permitir à criança colocar em evidência o prazer que foi vivido com o outro no passado. Através do corpo ela interpreta e analisa estes conteúdos inconscientes que definimos como "fantasmática".
O brincar promove a comunicação, a verbalização, a criação e o desenvolvimento da função simbólica: a capacidade de representar formas conscientes (casa,objetos e situações) e a capacidade de expressão da fantasmática. A representação simbólica é vivenciada de forma verbal e não verbal, através de associações com as experiências vividas. Ex: Um menino e uma almofada. A almofada representa o carro e ele o motorista e a ação total a identificação do pai dirigindo o automóvel. Com a boca ele produz o barulho do motor e o seu corpo se ativa psicomotoramente.
No prazer do brincar existe sempre a presença do outro de forma simbólica. Esta é a síntese do reasseguramento.
A representação do brincar evolue com o desenvolvimento da psique. Com 3 e 4 anos diante de uma brincadeira de lobo a criança entra no jogo e é tomada pela sua fantasmática de a feto e angústia. Com 5 e 6 anos na brincadeira de lobo ela responde à brincadeira com um certo distanciamento. Com 7 anos ela diz: - Hoje vamos brincar de lobo e acaba não brincando porque o simples fato de evocar é suficiente para o reasseguramento. Ela age com o lobo de forma mental. Portanto no brincar há uma evolução da representação por meio do corpo para a representação mental.
Este é o paradigma que une e desenvolve o prazer do brincar para o prazer da aprendizagem. A aprendizagem é um prolongamento de uma dinâmica de prazer que vai do corpo ao pensamento. O prazer da aprendizagem ocorre no nível inconsciente e consciente.
O prazer de aprender começa bem cedo quando a criança com quase um ano começa a se apoiar para buscar ficar em pé sozinha, sem a ajuda dos pais ou qualquer adulto do seu lado. Realizando tentativas e caindo, ela estará aproveitando a aprendizagem postural e as compensações. Buscando posições de segurança e equilíbrio, ela vai tomando consciência do desencadeamento postural. A repetição na aprendizagem é fundamental porque através de uma dinâmica de prazer a criança vai aos poucos, memorizar o movimento e as posturas, o que vai permitir ela se apoiar nos pés e conseguir a tensão tônica suficiente para dizer: - Eu consigo; eu existo.
A condição da aprendizagem motora está intimamente ligada à possibilidade da ação e ao prazer da conquista dela. Se os pais não dão essa liberdade necessária à experimentação, a criança poderá, mais tarde, apresentar limitações psicomotoras intransponíveis pelo fato de ter sido impossibilitada de vivenciar o desequilíbrio, cair e aprender como buscar soluções para este desequilíbrio.
As crianças, por perseverança inata vão adquirindo confiança por meio das tentativas: porque é pela ação que a criança aprende o prazer de existir e adquirir confiança em si mesma.
Assim como a criança encontra a segurança afetiva através do brincar, ela vai conquistando, aos poucos, o mundo em função da sua ação. Para descobrir o que está no alto. ela vai estender o próprio corpo para alcançar o que quer. Através da sensação do corpo na exploração do espaço e na descoberta da massa dos objetos é que ela vai ativar sua habilidade tônica para pegar o que é pesado e o que é leve. Conquistando a habilidade tônica, ela aprende a tocar, acariciar, transpondo-se, inconscientemente, da forma como foi tocada e acariciada.
A mão é um prolongamento da boca como se a criança que agride com as mãos agrediu o peito da mãe. Neste sentido, a disgrafia tem ligação com a dificuldade da linguagem. A mão é a inteligência inconsciente das primeiras vivências da criança.

CONCLUSÃO:
A aprendizagem está ligada a descentração tônico-emocional conquistada nos jogos de reasseguramento superficial que dependem da vivência dos jogos de reasseguramento profundo ligadas à expressão e vivência do corpo psicomotor.
Ao brincar com os outros, a criança percebe o mundo exterior dos indivíduos que proporciona à ela parâmetros emocionais e fantasmáticos.
Aos 6 anos a criança normal deve perceber o mundo exterior descentrando-se tônico-emocionalmente ao brincar. Quando isto não ocorre elas deixam de perceber os seus afetos e permanecem projetando sua visão interna do mundo, fortemente ligada às emoções ao analisar o mundo real. No contexto piagetiano. não conseguem ultrapassar do estágio pré-operatório para o pensamento operatório formal.
A prática psicomotora tem como objetivo auxiliar o processo de descentração tônica do ambiente egocêntrico próprio das crianças de 4 e 5 anos de idade.
Na prática terapêutica psicomotora a criança é convidada a passar diferentes níveis simbólicos através do movimento, grafismo e atividades plásticas de construção e verbalização.Através destas experiências a criança toma consciência da sua produção como corpo e percurso de linguagem promovendo a descentração tônica.
Através da prática psicomotora promove-se a linguagem espontânea da criança, capaz de colocar palavras sobre emoções vividas. Por meio da linguagem e do exercício da mesma promove-se a maturação do conhecimento. Ex: se a criança salta 50 vezes sobre um tapete vermelho e não se coloca emocionalmente por meio da verbalização a criança não pode ter acesso à linguagem e conseqüentemente não pode ter acesso à simbologia e á cognição. Há uma coerência entre o corpo e a cognição assim como há uma coerência entre da maturação psicológica com a via motora compreendida na expressão psicomotora de conteúdos inconscientes e conscientes.
A terapêutica psicomotora visa promover o contato da criança com seus próprios afetos através da expressão, ativando conteúdos fantasmáticos na dinâmica da experimentação da ação necessária para a aprendizagem da representação simbólica e da criação da imagem mental dos objetos. A prática busca favorecer a passagem da criança para o nível operatório formal, no desenvolvimento do pensamento abstrato momento este onde a criança obtém a base cognitiva necessária para o processo de alfabetização e introdução no ensino regular.

Maria Carolina Sá Moreira Oliveira
Participante da I Jornada
Arte Educadora/Especialista em Reabilitação
Pós graduanda em Psicomotricidade


Veja mais em: Sociedade Brasileira de Psicomotricidade
(Todos os direitos reservados SBP - Colégio Nacional)

sábado, 27 de março de 2010

Brinquedos auxiliam desenvolvimento cognitivo de crianças com deficiência visual

Fabricados com texturas e formas diferentes, brinquedos estimulam outros sentidos das crianças e podem ser construídos em casa

Comentário SACI: Publicado em 28 de junho de 2004.

Daniele Próspero

Na Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, localizada na zona oeste de São Paulo, o ato de brincar se torna um momento ainda mais divertido para as crianças atendidas pela ONG. Brinquedos com texturas, formas e cores diferentes construídos e adaptados especialmente para portadores de deficiência visual, estimulam também os outros quatro sentidos: tato, audição, paladar e o olfato.

Segundo a pedagoga Mara de Campos Siaulys, presidente da organização, o brincar, a interação e a participação da criança são fundamentais a criança. "O desenvolvimento cognitivo se inicia desde o nascimento pela interação com o ambiente. Como 80% de tudo o que aprendemos é pelos olhos, uma criança que não enxerga fica prejudicada. Você precisa substituir essa falta, compensar com todos os outros sentidos para que ela participe do ambiente". Ela ressalta a importância de integrar todos os sentidos para um aprendizado completo sobre o objeto.

A pedagoga começou a desenvolver os brinquedos a partir de sua experiência no atendimento a crianças com deficiência visual. Ela conta que, durante o trabalho, percebia a dificuldade da criança cega assimilar situações abstratas, sem um objeto concreto e tátil para compreender o que aquilo significava, como números, por exemplo. Diversas vezes, Mara teve de adaptar diversos brinquedos para que a criança pudesse sentir também pelo tato e a audição.

O primeiro brinquedo desenvolvido foi um de introdução ao braile, onde as crianças precisavam encaixar as letras dos seis pontos do braile e formar palavras. A pedagoga afirma que, até então, o único material que existia com este aspecto era uma cartilha chamada Caminho Suave, que trazia ilustrações em braile.

"Eu achava isso o cúmulo. É super importante para a criança cega conhecer um brinquedo que represente aquele fato, não somente pelo braile. Senão, ela pode até ouvir falar, mas não saberá o que é até ser apresentada a eles. E os brinquedos têm a função de dar essa oportunidade para que ela conheça os objetos". Hoje, são mais de 100 brinquedos fabricados no Centro de Produção de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da Laramara. Eles são feitos em diversas formas, tamanhos, cores e materiais, como plástico, madeira, tecido, lixa, entre outros.

Cada brinquedo tem uma função distinta e facilita o aprendizado. A proposta é propiciar o desenvolvimento integral da criança. A Colméia Alfabética, por exemplo, ajuda a criança a conhecer o alfabeto. Para cada letra, que é escrita em braile e em letra comum, a Colméia traz diversos objetos que iniciam com esta letra. Desta forma, a criança irá reconhecer os brinquedos pelo tato, pelo nome e qual sua função. Já o Caixinha de Números, ajuda a criança na aquisição do conceito de número e quantidade.

Mara explica que a criança que não enxerga também tem muita dificuldade em entender a questão de tempo, como as horas do dia, a divisão entre manhã, tarde e noite, pois ela não vê as mudanças que ocorrem ao longo do dia. Brinquedos como o Passatempo vem facilitar este aprendizado e desenvolver a noção do tempo. O brinquedo é um grande painel composto por cartões que se encaixam pequenos bolsos. A proposta é que, ao lado dos meses do ano, a criança coloque um cartão com um acontecimento que faz referência ao mês. Janeiro, por exemplo, é o mês das férias de verão e fevereiro é o mês do Carnaval. No mesmo brinquedo, ao lado dos dias da semana, a criança pode relacionar com as atividades que realiza diariamente.

O Doce Sabor incentiva as crianças a desenvolverem atividades que melhoram a coordenação motora. O mais interessante é que todas as partes do brinquedo são comestíveis. A criança tem que encaixar a bolacha num tubinho, que está colocado numa barra de gelatina. Ela pode ainda fazer colar e pulseira de balinha ou brincar com a massinha de modelagem colorida e, no final, comê-la, já que é feita de farinha. Tem até uma receita de tinta de gelatina e uma caixinha com balas que faz barulho para acompanhar uma música.

Para os bebês, foram desenvolvidos diversos brinquedos. O Rodão, por exemplo, feito com pneu de caminhão e coberto com uma malha de tricô, é um espaço aconchegante onde a criança é colocada ficando com as mãos livres para brincar com os objetos presos ao seu redor. "São objetos interessantes, como chocalho, pandeiro. Esta é uma oportunidade para ela brincar, interagir, sentir objetos que tenham som e melhorar a coordenação motora. Além de brincar, ela está se desenvolvendo", comenta a pedagoga, que ressalta a importância também dos outros brinquedos vendidos em lojas comuns. "As crianças cegas podem usar normalmente os demais brinquedos, mas têm que ter um sentido para elas. É importante que aproveitem aquele objeto porque, alguns brinquedos, elas irão pegar, sentir e não fará sentido nenhum".

Luiz Henrique Soares Silva, de seis anos, aprendeu a conhecer melhor as formas e as cores brincando com um jogo chamado "Formas e Números". Hoje, ele se diverte ao completar rapidamente o jogo reunindo corretamente os quadrados, as estrelas e as bolas das mesmas cores utilizando o tato. "Ele é muito esperto e adora brincar. Com estes brinquedos, ele monta e inventa várias coisas, ajudando no seu desenvolvimento. O uso do tato facilita muito o aprendizado", comenta a mãe, Sheila Oliveira Soares.

Os brinquedos desenvolvidos por Mara e sua equipe, na sua maioria, são fáceis de fazer e podem ser produzidos até mesmo em casa. O "Chocalho Gruda-Gruda", por exemplo, é feito com latas de molho de tomate, revestidos de materiais com cores e texturas diferentes, que trazem, dentro da lata, objetos com sons distintos. O brinquedo ajuda a desenvolver a coordenação ouvido-mão, além de fortalecer a mão, favorecer a identificação e reconhecimento dos sons, entre outros benefícios. Os pais podem aprender a produzir estes produtos em livros e vídeos desenvolvidos pela Laramara. Atualmente, os brinquedos, além de serem vendidos na Brincanto, loja da organização, são encomendas por escolas, prefeituras e entidades que trabalham com deficientes visuais de São Paulo e do Brasil.

Espaços para brincar

Além da produção de brinquedos e de um acervo desse material, composto por 1.500 brinquedos, o Projeto Brincanto desenvolve outras atividades que favorecem a brincadeira como instrumento de desenvolvimento integral das crianças. O projeto engloba ainda ações como a AMA (Atividades Motoras Adaptadas) e o Brin-Ar Feliz, em que crianças de creches da cidade são convidadas a brincarem em todos os espaços da organização. As professoras também são envolvidas nas atividades e participam de palestras que mostram a importância do mundo da brincadeira.

Os pais participam de perto de todo esse processo e são envolvidos nas atividades para favorecer o aprendizado das crianças. No Centro de Convivência da Família, os participantes aprendem a construir brinquedos e a brincar. As mães, que participam de cursos e atividades, já desenvolveram mais de 70 livros em braile. Elas criam histórias e ilustram os livros com elementos concretos, com brinquedos. Assim, a criança, além de ler, pode conhecer também os elementos que estão sendo narrados. Um livro sobre as Olimpíadas da Austrália, por exemplo, traz em relevo a quadra de tênis e os lutadores de judô. Tudo é sensorial. Todos os brinquedos e livros podem ser levados para casa, em empréstimo.

Maria do Socorro Alencar Simplício participa há quase 10 anos das atividades da ONG, produzindo brinquedos e acompanhando as duas filhas portadoras de deficiência visual. Ela diz que, atualmente, o grupo de mães está trabalhando em um novo projeto para ajudar os pais novos da entidade a conhecerem os direitos das crianças e também se envolveram mais nas ações da ONG. "Temos que incentivar essa participação porque tudo é para o bem dos nossos filhos", aponta.

Segundo a presidente da Laramara, atualmente, a organização trabalha com uma linha pedagógica que favorece essa interação entre as crianças e suas famílias, priorizando a socialização. "Há oito anos, o nosso trabalho era quase que terapêutico. Antes, trabalhávamos na deficiência das crianças. Hoje, na eficiência que elas têm", explica a pedagoga.


Laramara
Endereço: rua Conselheiro Brotero, nº 338, São Paulo - SP
Telefone: (11) 3660-6400
Site: http://www.laramara.org.br/
E-mail: laramara@laramara.org.br


Veja mais em: USP Legal - Rede Saci

quinta-feira, 18 de março de 2010

Como é a criança de 1 a 2 anos


Nessa fase, a criança está cheia de energia e

entusiasmo. Aprende por meio da

exploração do ambiente, curiosidade,

imitação e imaginação sem fim.

Quanto mais a criança é estimulada a falar,

“mamá qué bola”, “papá qué água”.

movimentar-se e descobrir, maior será o

desenvolvimento do seu cérebro e da

coordenação fina dos seus movimentos.

Essas realizações, ajudam a criança a se comportar

com mais competência e confiança.

A criança, nessa fase, já pode engatinhar

e andar e se desloca pela casa. Abaixa-se,

sem cair, para pegar objetos no chão.

Começa a identificar as partes do corpo

e aprende a falar o nome delas.

... ...


Leia mais em...www.unicef.org/brazil/pt/UNICEF_A4_pg01a11.pdf

quarta-feira, 17 de março de 2010


Desenvolver atividades em Educação Infantil não é nada fácil, em razão dos alunos serem muito pequenos e ainda por não corresponderem de forma motora a muitas atividades। Assim, seguem algumas sugestões que poderão auxiliar o professor no cotidiano da sala de aula, bem como fora dela। CAIXA DE SENSAÇOES: o professor pode encapar uma caixa de tênis fazendo um furo em forma de círculo, com dez centímetros de diâmetro। O professor deverá organizar materiais como retalhos, flocos de algodão, pedaços de lixa, tampinhas, caixinhas e outros objetos e ir colocando-os por uma das extremidades, a fim de que a criança, com a mão do outro lado, identifique o material. CAMINHO COLORIDO: com folhas de papel pardo, faça um caminho para que as crianças carimbem os pés, com tintas coloridas. É uma atividade que envolve muito as crianças, e as deixam muito felizes.Atividades que desenvolvem a psicomotricidade TOCA DO COELHO: Dispor bambolês no pátio da escola de forma que fiquem duas crianças em cada um e que sobre uma fora do bambolê. Ao sinal do professor, as crianças deverão trocar de toca, entrando duas em cada um. Sempre sobrará uma criança fora da toca. DE ONDE VEM O CHEIRO? A professora irá passar perfume em um paninho e o esconderá na sala, num lugar fácil, onde os alunos deverão descobrir de onde vem o cheiro. DENTRO E FORA :Fazer uma forma geométrica bem grande no chão e pedir que as crianças entrem na delimitação desse espaço. Se quiser o professor poderá fazer outra forma dentro da que já fez onde irá pedir que os alunos adentrem também, explorando ainda que se a forma é pequena eles irão ficar apertados. ARREMESSO:O professor fará uma linha no chão, usando fita crepe e as crianças deverão arremessar garrafinhas plásticas cheias de areia, para frente. O professor irá medir as distâncias e verificar quem conseguiu arremessar mais longe. Depois, em sala de aula, poderá fazer um gráficoexplicativo PNEUS:Esses podem ser usados para várias brincadeiras, como pular dentro e fora, se equilibrar andando sobre a parte de sua lateral ou ainda quem consegue rolar o pneu de um determinado lugar até outro sem deixá-lo cair. QUE SOM É ESSE? Com faixas de tnt preto, vendar os olhos dos alunos e fazer diferentes barulhos usando instrumentos musicais, latas, brinquedos, etc., a fim de que as crianças identifiquem os mesmos. CAIXA SURPRESA: Com uma caixa de papelão encapada, o professor irá mandar para a casa de um aluno a fim de que os pais enviem algum material que possa ser descoberto pelas crianças. O professor vai fazendo descrições do material, até que as crianças descubram o que é. PEGA-PEGA DIFERENTE:Dividir a turma em dois grupos e identificá-los com lenços ou fitas de cores diferentes. Após o sinal do professor os grupos deverão pegar uns aos outros e a criança pega deverá ficar num espaço delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais pessoas que não foram pegas. Por Jussara de Barros Graduada em Pedagogia Equipe Brasil Escola

http://jogosebrincadeirasnasaladeaula।blogspot.com/2009/03/dez-jogos-e-brincadeiras-para-educacao_10.html

terça-feira, 16 de março de 2010

HELP



Oi pessoal, estou ainda formulando os posts futuros que se relacionem ao tema do blog... ...tem bastante brincadeiras para serem descrita, o problema que o tempo está curto... ...se alguem puder me ajudar estou aguardando os post para compartilhá-los com todos
Um abraço.

domingo, 14 de março de 2010

Jogos e Brincadeiras


O que é brincar para a criança?


Os jogos da criança pequena são fundamentais para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem, pois envolvem diversão e ao mesmo tempo uma postura de seriedade. A brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói,destrói e reconstrói o seu mundo.
Bruno Bettelheim, fala que a brincadeira é uma ponte para a realidade e que nós, adultos, através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo: quais são as suas preocupações, que problemas ela sente, como ela gostaria que fosse a sua vida. Ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Ou seja, brincar é a sua linguagem secreta que devemos respeitar mesmo que não a entendamos.
JOGO LIQUIDAÇÃO -> quando a criança busca superar situações desagradáveis. É como se ela zombasse de suas próprias limitações e as enfraquecesse. Em cada momento do seu processo de desenvolvimento, a criança utiliza-se de instrumentos diferentes e sempre adequados às suas condições de pensamento. À medida que ela cresce, as brincadeiras modificam-se, evoluem.
JOGOS DE EXERCÍCIO -> ou jogos funcionais, têm início aproximadamente aos quatro meses de idade, quando a criança começa a ter uma melhor coordenação da visão e da apreensão. Os jogos de exercício que envolve ações mentais, isto é, o pensamento, como acontece nos jogos de combinações de palavras. EX: “Hoje é domingo pede cachimbo...”, ou “Um, dois, feijão com arroz...”
Essas atividades lúdicas não necessitam de qualquer técnica particular, são simples exercícios.
JOGOS DE MANIPULAÇÃO -> são praticados a partir do contato da criança com diferentes materiais, movidos pelo prazer que a sensação tátil proporciona.
JOGOS DE CONSTRUÇÂO -> acontecem quando a criança faz ordenações sobre os objetos. São responsáveis por aquisições para o desenvolvimento motor e intelectual da criança, tais como classificação, a seriação, o equilíbrio, as noções de quantidade, tamanho e peso, bem como a discriminação de formas e cores.
JOGOS SIMBÓLICOS -> também chamados de “faz-de-conta”. Por meio deles, a criança expressa a sua capacidade de representar dramaticamente.
Entre 1 ano e meio e 3 anos de idade, acriança começa a imitar suas ações cotidianas e passa a atribuir vida aos objetos.
COMPENSAÇÃO -> vai se imaginar realizando coisas que os adultos podem e ela não. EX: a criança brinca que está dirigindo automóvel, ou apagando um incêndio. A criança aprende agindo “como se fosse” alguma coisa ou alguém específico.
TRANSPOSIÇÂO: a criança age com um determinado objeto (real), mas utiliza-o com uma função (imaginária) diferente da habitual. EX: a criança deseja montar em um cavalo, então ela toma uma vassoura e a coloca no lugar do cavalo.
N o jogo de “faz-de-conta”, a criança experimenta diferentes papéis sociais, funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos.
Dos 4 aos 7 anos, a busca pela aproximação ao real vai caracterizar os jogos simbólicos. A criança desejará imitar de forma mais coerente.
Segundo a professora Vera Lúcia dos Santos, no decorrer da fase do jogo simbólico, existem três características fundamentais que evoluem simultaneamente:
1) Forte tendência à ordenação. As crianças preocupam-se em ordenar seus jogos, escolhendo objetos de composição.
2) Evidencia-se a intenção de realismo que conduz o jogo para a imitação exata do real. As crianças buscam objetos mais próximos dos objetos reais que funcionem como suporte para suas cenas;
3) A capacidade de organização e o desenvolvimento da imitação acarretarão maior diferenciação de papéis, propiciando o surgimento do verdadeiro grupo de jogo.
JOGOS DE REGRAS -> é necessário que haja cooperação entre os jogadores e isso exige, certamente, um nível de relações sociais mais elevados. As brincadeiras e os jogos são espaços privilegiados para o desenvolvimento infantil e para a sua aprendizagem.
O papel do professor
Cientes da importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil, o professor deve elaborar propostas de trabalho que incorporem as atividades lúdicas. Deve também, propor jogos e brincadeiras. Não há necessidade de o jogo ser espontâneo, idealizado pela criança. “O que faz do jogo um jogo é a liberdade de ação física e mental da criança nessa atividade”. (BRASIL, 1995b, p.103).
Para que um professor introduza jogos no dia-a-dia de sua classe ou planeje atividades lúdicas, é preciso, que ele acredite que brincar é essencial na aquisição de conhecimentos, no desenvolvimento da sociabilidade e na construção da identidade.
A professora Vera Lúcia dos Santos diz que a atitude do professor é, sem dúvida, decisiva no que se refere ao desenvolvimento do faz-de-conta. Ela destaca três funções diferenciadas que podem ser assumidas pelo professor, conforme o desenrolar da brincadeira:
1) Função de observador, na qual o professor procura intervir o mínimo possível, de maneira a garantir a segurança e o direito à livre manifestação de todos;
2) Função de catalisador (perceber), procurando, através da observação, descobrir as necessidades e os desejos implícitos na brincadeira, para poder enriquecer o desenrolar de tal atividade;
3) Função de participante ativo nas brincadeiras, quando como um mediador das relações que se estabelecem e das situações surgidas.


Por Renata Gonçalves

Veja mais em: http://jogosebrincadeirasnasaladeaula.blogspot.com/

sexta-feira, 12 de março de 2010

Roda da Conversa, que momento é este?

Quando as crianças em roda resolvem falar, passamos a enxergar um universo que até então poderia estar despercebido. Suas vivências, suas interpretações nos traz a pureza dos seus sentimentos e suas visões da vida e do espaço em que estão inseridas.

http://www.youtube.com/watch?v=1pyojtilb4Y

Qual percepção... ..cores? ...formas?

Um breve relato...


Qual brinquedo, qual brincadeira eu devo utilizar com crianças na faixa etária entre um e três anos de idade?

É na tentativa de responder a essa pergunta que surgiu a idéia deste blog. Os mais velhos tarimbados na educação infantil talvez rirão deste questionamento, a prática, os anos de vivência em sala com crianças em seus anos iniciais deram a eles a experiência necessária para montar e por em prática um plano pedagógico que realmente alcança grande parte do objetivo esperado, no entanto, nós que iniciamos agora nossa carreira, na educação infantil, nos encontramos perdidos na hora da prática diária. Quase não encontramos literatura que exemplifique variedades de brincadeiras e brinquedos que se adéqua ao desenvolvimento desses pequeninos. Quando encontramos alguma coisa, geralmente esta focado em idades acima das referidas ou citam as fases e o desenvolvimento alcançado nessa faixa etária, quando a nossa espectativa é a de encontrar o famoso “faça isso...dará certo”.

Conto com a participação dos leitores na construção desse material para assim, quem sabe, ajudarmos a todos aqueles que como eu se vê nessa situação.

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